«Os fios da meada
Num fio da meada somos apresentados à família al-Kharrat, apelido que significa "exagerado", "contador de histórias incríveis", "mentiroso". Num outro fio da meada, acompanhamos as estranhamente mágicas aventuras da escrava Fátima. E ainda num terceiro, desenrolam-se contos e estórias de sultões e vizires, tesouros ignotos ou esquecidos, génios do bem ou muito pouco geniais, árvores miraculosas e ervas maléficas, poções de perdição e encantamentos de rendição.
Estes fios serpenteiam entre si, entrelaçando o leitor nos vários estratos narrativos e formando uma extensa teia de personagens, missões e ensinamentos.
Entre uma Beirute actual e as mil e uma histórias contidas no imaginário colectivo dos países do Médio Oriente, perduram as irredutíveis areias do deserto, os mistérios imprevisíveis e um rol de criaturas improváveis.
É nessa viagem de histórias dentro de histórias que o autor mostra paralelismos e evidencia lições análogas, apesar de distanciadas em séculos. No cerne desta obra está o personagem de Osama al-Kharrat, que assume a missão de fazer com que as narrativas milenares não caiam no esquecimento. Esta é uma tarefa que de algum modo o autor partilha, ele sim, um "hakawati" na total assumpção do termo, ou seja, um inato contador de histórias.»
Os Meus Livros, Novembro 2010
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