sexta-feira, 29 de julho de 2011

Rentreé 2011

Depois das férias grandes, a Contraponto regressará com títulos prometedores para a rentrée de 2011.

Entre as novidades mais aguardadas destacam-se Promessa de Sangue, o quarto volume da série Academia de Vampiros, que está a conquistar os leitores portugueses; e A Cidade das Trevas, o segundo volume da série Frankenstein, de Dean Koontz.

Em outubro chega um livro que tem recebido grandes elogios por parte da crítica: O Longo Inverno, de Ruta Sepetys, sobre uma rapariga de 15 anos, Lina, que vê o pai ser separado da família pela polícia secreta soviética e enviado para um campo de concentração. Lina decide arriscar tudo, arranjando uma forma inventiva de enviar mensagens ao pai para lhe transmitir que a sua família ainda está viva.

Sangue Ruim, de Rhiannon Lassiter, estreia-se em novembro: numa casa abandonada, por trás da porta de um armário, existe um quarto de brincar escondido. Lá, debaixo de uma espessa camada de pó, há uma coleção de livros infantis em que os nomes das personagens foram violentamente riscados. Neste misterioso quarto, três crianças brincaram um jogo do faz de conta, sacrificando os seus sonhos e desejos para tornar realidade aquilo em que acreditavam. Mas o jogo nunca foi concluído e algo vagueia na floresta, por trás da casa, à espera, ávido pelo único alimento que conhece... Agora uma nova família muda-se para a casa e em breve ver-se-á envolvida naquele jogo. Sem conhecerem as regras, eles tornam-se peões ao invés de jogadores... Uma história simplesmente aterrorizadora e ao mesmo tempo viciante.

Estes são alguns dos títulos que não quererá perder a partir de setembro.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Curiosidades...

«– Sabes, Calpurnia, que a classe Insecta compreende o maior número de organismos vivos conhecidos pelo homem?
– Avô, ninguém me chama Calpurnia a não ser a minha mãe, e só quando estou metida em sarilhos.
– Porque não? É um nome muito bonito. A quarta mulher de Plínio, o Jovem, aquela com quem ele casou por amor, chamava -se Calpurnia, e o facto é que ele nos deixou algumas das maiores cartas de amor de todos os tempos. Também há uma planta da família Fabaceae, género Calpurnia, uma leguminosa muito útil característica do continente africano. Depois há a mulher de Júlio César, mencionada por Shakespeare. E assim por diante.
[...]»
A Evolução de Calpurnia Tate, Capítulo 2, pág. 27

Crítica: «A Evolução de Calpurnia Tate»

«Calpurnia Tate é uma menina de onze anos, nascida no Texas e filha de boas famílias, a quem a tradição e a moral do século XIX predestinam o recato da vida doméstica, sem outros entretenimentos que não a gestão da copa e da cozinha – e a procura de um bom partido para casar. O tédio feito existência, dito de outra maneira. Porque Calpurnia Tate é também uma menina curiosa e inteligente, fascinada pelas descobertas científicas do século de Darwin, cuja natureza instintiva quer mais do que crescer entre barrelas de roupa e tartes de nozes pecã, por muito doces que estas sejam. Um avô naturalista, homem de poucas falas e nenhuma inclinação por crianças, vai ajudá-la a entender o vasto mundo que cabe entre o céu estrelado e um olhar microscópico, o mundo a que Calpurnia Tate escolheu pertencer. Não é líquido que o consiga, mas outra coisa não podemos desejar.

A Evolução de Calpurnia Tate é um belíssimo primeiro livro de Jaqueline Kelly, autora neozelandesa que se estreou a ganhar o Prémio Newbery, em edição da Contraponto. Para todas as idades.»
Carla Maia de Almeida, O Jardim Assombrado

As aventuras de Call

Em agosto a conspiração não para. Callum Ormond continua na sua corrida frenética pela sobrevivência e na sua luta para resolver o enigma que o coloca em situações de risco a todo o instante. Não perca! É o oitavo livro da série Conspiração 365. Em setembro a corrida continua…

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Crítica de Leitor: «Mecânica do Coração»

«Comecei a ler este livro e de logo fiquei impressionado com as personagens directas e belíssimas que nos são apresentadas! Para além do rapaz com o coração-relógio, temos a sua mãe adoptiva, uma parteira bruxa e que não se pode gabar muito da vida, um bêbado sem-abrigo com uma coluna de metal, duas prostitutas humildes, uma cantora com visão fraca...


Enfim, personagens apenas existentes numa lindíssima Edimburgo de 1874 (as descrições são tão belas, tão poéticas, que o que me deu mais pena foi não ter percorrido esta cidade).

É uma história em tudo surreal, em tudo encantadora. E não é um amor normal... Acho que a relação que se desenvolve entre Jack e a pequena cantora não é um conto de fadas, mas algo bastante sólido e específico. Não pode ser um amor normal, quando o rapaz pode morrer, literalmente, por amor...

A escrita de Malzieu é encantadora. Desde o início que sabemos que este conto nos vai iluminar, nos vai fazer suspirar um bocadinho. Escreve com tanta naturalidade... E a sua imaginação é única. A premissa do livro é magnífica e o seu desenvolvimento não me desiludiu de todo. Aliás, acho que tem o tamanho certo. Mais do que um livro para dar prazer, emociona-nos pelo sonho que é. E, como não podia deixar de ser, encontrei na improbabilidade das personagens, na surrealidade do enredo, pequenas lições de vida que nos deixam abismados, a reflectir...

Para concluir... Quando acabei este livro, não consegui pegar imediatamente noutro. Precisei de suspirar um pouco mais para além da última página. Um livro belíssimo, que como Le Soir bem disse, faz-nos querer comprar dezenas de exemplares para oferecer! Para reler.»
O Cantinho do Bookaholic

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Crítica de Leitor: «O Ladrão de Sombras»

«Há uma certa ternura que transparece em muitas das histórias de Marc Levy e este livro não é excepção. Acompanhando o crescimento do protagonista e a sua eterna inocência, mudada pelos anos e pelo quebrar das ilusões, mas ainda assim, sempre presente, o autor constrói uma história terna e emotiva, contada de uma forma muito pessoal e num tom agradavelmente descontraído. A voz narrativa é a do próprio protagonista, sendo possível vislumbrar o seu crescimento na forma como a sua visão do mundo em redor se torna progressivamente mais realista. Mas a criança que falava com a sombra está sempre presente, nas falhas e nos sucessos, e há algo nas suas emoções - na esperança, na perda, naquele amor eternamente preservado - com que é impossível não simpatizar.


Curiosamente, a questão do roubo das sombras acaba por não ser o elemento principal da narrativa. Na verdade, o contacto com as sombras dos que rodeiam o protagonista funciona mais como um meio de descoberta para a vida e para os sonhos, surgindo na medida em que é necessário ao percurso pessoal do rapaz que se torna homem. Serve também como base para uma mensagem de liberdade: a necessidade de aceitar a vontade e os sonhos dos que nos são próximos, de deixar que tomem as suas próprias decisões, é uma das lições que o "ladrão" deste livro tem de aprender ao longo do seu percurso. Fica, pois, por um lado, a curiosidade em saber mais sobre um poder que acaba por não ser muito aprofundado, mas por outro, a impressão de que esse mesmo poder não é assim tão relevante.

Simples e terna, sem grandes elaborações, esta é, na sua essência, uma história comovente, onde o humor e a emoção se misturam para criar uma mensagem de grande emotividade. De amor, de sonho e de descoberta, o percurso da personagem que dá vida a este livro não exigiria nenhum poder especial para se aproximar do de qualquer outra pessoa. E, nesta leitura, o que realmente marca é essa tal realidade entrelaçada no toque de magia inicial.»
As Leituras do Corvo

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Imprensa: «Contos dos Subúrbios»

«Estranho em Terra Estranha



É o ilustrador do momento: recebeu o Óscar para Melhor Curta-metragem de Animação e foi reconhecido com o prestigiado Prémio Astrid Lindgren.

Com a mesma imprevisibilidade com que certos personagens irrompem nas histórias de Shaun Tan, chegam às livrarias, quase em simultâneo, dois títulos de um ilustrador multipremiado que também escreve – e bem. A culpa não pode ser do Óscar para melhor Curta-metragem de Animação atribuído a The Lost Thing, muito menos do Prémio Astrid Lindgren Memorial Award 2011, uma vez que estes só foram revelados em Fevereiro e Março. Coincidência ou não, a edição recente de Contos dos Subúrbios (Contraponto), logo seguida de A Árvore Vermelha (Kalandraka), não poderia usufruir de melhores circunstâncias. Agora, quando o leitor perguntar por Shaun Tan em português, vai ser confrontado com inevitáveis problemas de arrumação: será mais lógico procurá-lo na secção de livros para crianças ou na de banda-desenhada e novelas gráficas? Na ficção de autores estrangeiros ou de arte e design? Ou ainda, se tal existisse, na secção de “livros ilustrados para adultos”?

Todas as respostas estão certas, quando falamos de um autor que se aplicou com método na construção de um universo singular, ao ponto de agora recusar encomendas e participar em projectos colectivos com outros escritores ou ilustradores. Nada de estranho, talvez, para quem diz que cresceu “ensanduichado entre o vasto deserto e o vasto oceano”, a ler as short stories de Ray Bradbury e a desenhar extraterrestres, monstros e robôs, como qualquer adolescente imaginativo. A descrição do lugar aplica-se a Fremantle, Perth, Austrália, onde Shaun Tan nasceu em 1974. Esta condição periférica, que começa nas origens familiares (é filho de pai chinês, arquitecto) e se prolonga na vivência de um território visto como o “fim do mundo”, reflectiu-se num tema recorrente, de que o livro e o filme oscarizado é um bom exemplo: o sentimento de desajuste, de não-pertença e de perplexidade face ao mundo exterior. Embora o estilo de ilustração (ou a multiplicidade de estilos, a mais das vezes num livro só) provenha de um manancial onírico, as questões sociais e políticas, como o colonialismo ou a emigração, definem o seu statement ideológico de autor.

O conjunto da obra de Shaun Tan, que lhe valeu o Prémio Astrid Lindgren, atribuído na última Feira do Livro Infantil de Bolonha, orienta-se tanto pelos códigos da banda-desenhada como do picture book, mas a ruptura da sequência narrativa é uma das suas marcas autorais. Esta opção suscita controvérsia entre os seleccionadores mais ortodoxos de livros para crianças. A Árvore Vermelha, de 2001, apesar da capa algo inocentem esconde uma parábola sobre a fragilidade e o desamparo do ser humano, tendo como protagonista uma menina que vagueia por cenários inóspitos, surreais na aparência, mas emocionalmente vívidos. Contos dos Subúrbios, de 2008, reúne um conjunto de histórias em que o insólito da ficção científica se cruza com a melancolia dos quadros de Edward Hopper. Estranham-se, depois entranham-se. De Shaun Tan diz-se que não é um autor fácil nem óbvio, mas o que realmente se pretende dizer é que não faz livros cor-de-rosa. Daí que lhe assente como uma luva a definição de Peter Hunt: “Um bom livro infantil é um livro que faz todos, adultos e crianças, pensarem.”»
Revista LER

terça-feira, 19 de julho de 2011

Crítica de Leitor: «A Evolução de Calpurnia Tate»

«Calpurnia Tate, ou Callie, uma encantadora e perspicaz menina de "quase" doze anos (tal como a própria evidencia variadas vezes) conta-nos, na primeira pessoa o seu processo de aprendizagem em tão tenra idade.

De personalidade carismática, extremamente inteligente e madura, a personagem principal não poderia estar melhor executada.
Atenta ao mundo que a rodeia, embora pertencendo a a uma sociedade ignorante, Callie busca a sabedoria no quente e aborrecido verão de 1899.
Através da sua propensão para a inovação e curiosidade em saber mais sobre a teoria d'A Origem das Espécies de Charles Darwin, estabelece uma relação forte e nunca antes pensada, com o seu avô. Este último, vem mostrar-se decisivo e influente na progressão e desenvolvimento da pequena Callie.
Dotado de uma narrativa que nos embala, este livro faz-nos querer participar nas aventuras de Callie, vendo com os nossos próprios olhos todos os elementos maravilhosos que nos são descritos.
Embora possa haver um certo exagero na maturidade de Callie, tendo em conta que se encontra num tempo em que a religião se sobrepõe à ciência, reconheço que a menina e o seu avô são duas mentes brilhantes, estimulando o leitor desde a primeira à última página, com as suas fascinantes personalidades e intelectos, assim como conseguem converter leigos na matérias em verdadeiro entusiastas da ciência.
Não esqueçamos que Callie vem de uma família do seu tempo, onde é a única rapariga no meio de seis irmãos.
Irmãos estes que, em muito, diferem da sua irmã, ocupando-se por assuntos mais triviais mas não menos importantes, como o amor.
Destaca-se, também, a mãe de Callie que se concentra em tornar a filha numa excelente futura matriarca, tentando lidar com a rebeldia da mesma.
"A Evolução de Calpurnia Tate" é, acima de tudo, uma estória de desenvolvimento pessoal, deixando portas abertas quanto ao futuro ao seu leitor. Essas mesmas portas são deixadas em aberto para a protagonista, terminando de maneira inacabada, deixando-nos curiosos em relação ao futuro de Callie.
Personagens reais e encantadoras à mistura de uma boa dose de conhecimentos e busca pelo desconhecido, são alguns dos ingredientes que temperam este excelente livro.
De leitura fácil e aprazível, "A Evolução de Calpurnia Tate" é um livro para todas as idades, para todas as mentes abertas à sabedoria, pois como sabemos, o conhecimento não ocupa espaço!»
Segredo dos Livros

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Crítica de Leitor: «O Ladrão de Sombras»

«Consigo contar pelos dedos das mãos os livros que verdadeiramente me marcaram; aqueles livros que, de alguma forma, captaram de tal maneira a minha atenção que inevitavelmente me deixaram boquiaberta e totalmente extasiada, vibrando com cada palavra e cada acção das personagens principais. O Ladrão de Sombras é um deles... uma narrativa especial e única onde o leitor tem a oportunidade de ficar a conhecer uma genuína história sobre o amor, a solidão e a importância do momento.


Sem nunca antes ter experimentado a escrita de Marc Levy, desmotivada pela aparência de um romance excessivo ao estilo de Nicholas Sparks, parti para a leitura desta obra sem qualquer expectativa mas imensamente curiosa, cativada pela capa meio cartoon(ada) e pela sinopse de fácil ambiência mágica. Sequiosa por uma narrativa que oferecesse algo mais que uma simples reviravolta amorosa num universo de complicações e desencontros, encontrei em O Ladrão de Sombras uma história cheia de ternura e de momentos profundamente sinceros e verdadeiros, belissimamente descritos ao ponto de o próprio leitor se sentir compelido em ajudar e experienciar em primeira mão todo e qualquer acontecimento que trespasse os dias de infância e de vida adulta de um protagonista sem igual. De nome desconhecido, o «ladrão de sombras» transmite a sensação de ser a sombra de si mesmo e de todos nós, abrindo um pouco a visão do leitor face a excelência do que diariamente nos rodeia. Sem identidade própria as possibilidades são infinitas visto a ligação e empatia entre leitor e protagonista se tecer instantaneamente, precisamente no momento em que o primeiro se debruça sobre o medo que o segundo desesperadamente sente.

A primeira parte da narrativa é irresistivelmente acolhedora. O tom de Marc Levy mostra, neste livro, todo o seu poder e força em acarinhar o leitor; ele deslumbra-o e embala-o numa perspectiva muito íntima e pessoal, da visão de uma (ainda) criança, perante o seu lugar no mundo. O contacto inicial com alguns dos conceitos mais importantes e que o acompanharão durante toda a sua existência, como é o caso do amor, da amizade e da amargura da culpa, é descrito de forma irrepreensivelmente sublime o que torna automático o envolvimento por parte daquele que o está a descobrir pela primeira vez.
É neste vislumbre preambular de um «ladrão de sombras» impecavelmente sabido e preocupado que o leitor se vê perante um exercício quase obrigatório de reflexão. O lado mais inocente e puro de uma criança perante as imprevisibilidades e inconstância da vida, as ideias e pensamentos que transmite em relação aos assuntos mais banais e mais complicados – como, por exemplo, o lidar com uma família momentaneamente ausente, o explicar do aparecimento de uma sombra que não a sua, o encarar o primeiro amor e, consequentemente, a primeira desilusão amorosa... ou, até, o estranho e peculiar primeiro confronto escolar – levam a que o leitor recue aos seus tempos de infância onde, também ele, se debruçava de igual forma sob essas mesmas dúvidas e conformidades. Provocando no leitor uma tal nostalgia e saudade que o invade de tal forma intensa que a própria experiência com a narrativa se vê elevada a um nível completamente novo e inesperado. Em contrapartida, a segunda parte da história de O Ladrão de Sombras define-se por uma mensagem totalmente diferente – o leitor vê-se frente a frente, em parte, com o resultado de um egoísmo natural e inerente ao crescimento físico e mental. É nesta altura, quando a inocência é perdida, que o adulto acaba por descurar um pouco aqueles que outrora foram (e provavelmente ainda o são) os elementos mais importantes e essenciais das suas vidas. A solidão e o desejo de independência tomam conta da personagem principal – e do leitor – levando-o a reflectir sobre as suas acções passadas. É infinito o impacto que uma simples palavra ou gesto pode ter numa pessoa e, infelizmente, na maioria das vezes não temos total consciência da magnitude dos nossos actos e escolhas. Decisões que podem, com relativa facilidade, revirar de pernas para o ar aquilo que detínhamos como certo.

Em termos narrativos a mensagem é bastante clara: o «ladrão de sombras» tenta, por uma série de iniciativas, acções, medos e vontades mostrar que são as pequenas coisas que realmente nutrem significado, que nos ficam eternamente gravadas na memória e que nos fazem genuinamente sorrir e sentirmo-nos bem e felizes quando lembradas.

As personagens, diversificadas e distintas entre si, são outro ponto forte de O Ladrão de Sombras. Destaco Cléa que, para além de magnificamente caracterizada e emotiva, é igualmente marcante e especial. Embora não tenha o poder de roubar as sombras e descobrir silêncios e ambições através delas, também ela esconde um segredo e será através da sua condição diferente que permitirá não só uma conciliação do protagonista com o seu próprio fantasma como a transmissão de uma série de sentimentos e afinidades de uma forma única e harmoniosa.

O «ladrão de sombras» é, decididamente, espectacular. O seu intelecto e criatividade tornam-no numa personagem não só tocante como cativante. O leitor sente-se imediatamente em sintonia com ele. Senti-me, semelhantemente, acorrentada a Luc, tanto em jovem como em adulto, com o seu humor negro e simpatia presente assim como Sophie pela desilusão iminente e pela sinceridade e desejo enorme que tem em ser aceite e em captar a atenção de o «ladrão de sombras». Finalmente, ponto também positivo para Yves que, aparentando um ar misterioso e até algo mágico no captar escrito de uma criança exerce uma afinidade muito própria e segura com o leitor.

O Ladrão de Sombras apresenta-se assim como um livro particularmente bem escrito e onde podem ser encontrados os principais e mais valorizados conceitos para a sobrevivência humana. Um livro que, de certo modo, faz um esforço por abrir os olhos de um leitor desatento, ainda que por um especialmente único meio de ficção.

Uma escrita inocente, mágica e envolvente... com um protagonista brilhante e profundo. Um livro que não deixará ninguém indiferente. Uma aposta muito forte da Contraponto. A não perder!»
Pedacinho Literário

Imprensa: «A Dama do Lago»

Entre a seleção dos 25 livros imperdíveis para as férias de verão 2011 da revista Visão.

«Philip Marlowe é o arquétipo do detetive privado, tendo marcado o imaginário dos leitores e o público do cinema. É um solitário, duro, cínico, filosófico, desprendido, corajoso, praticante de uma ética particular e de métodos ainda mais pessoais. Muito diferente dos maneirismos de um Hercule Poirot, e muito distanciado da exceção febril de Sherlock Holmes, Chandler deu-lhe vida longa, apesar da quase dezena de aventuras em que o obrigou a perseguir agiotas e a resistir às femmes fatales. Neste clássico de 1943, Marlowe sucumbe ao jogo de escondidas: uma esposa malcomportada desaparece, anunciando que foge com o amante; o amante diz não saber de nada e, para cúmulo, comete a descortesia de aparecer morto; o marido preocupa-se com o escândalo; a mulher do caseiro desaparece, no mesmo dia; um corpo surge, a boiar num lago...»
Visão

terça-feira, 12 de julho de 2011

Links interessantes

Agora poderá visitar uma secção totalmente nova no blogue da Contraponto com links interessantes para as páginas dos nossos autores, dos seus livros e de outras ligações relacionadas, para que o leitor possa explorar melhor o universo de cada um dos títulos publicados pela nossa chancela. É entrar por aqui, ou pela barra de menus acima, e bom passeio!

Crítica de Leitor: «Pensei Que Tinhas Morrido»

«Nada na vida de Paul Gustavson parece correr como devia. O pai sofreu um AVC. A namorada tem uma relação com outro indivíduo. A situação profissional é instável. E a sua posição perante o mundo é, no mínimo, sombria. Mas entre todas as dificuldades, Paul tem um único refúgio na figura constante de Stella, a sua companheira. E acontece que Stella é uma cadela já de bastante idade e que... fala. Mas só com Paul, claro.

Importa dizer, antes de mais, que este livro não é a clássica história de como a entrada de um animal de estimação especial muda a vida de um humano. Não. Esta não é a história de Stella e de como ela alterou a vida do seu dono. Esta é a história de Paul e do seu percurso de vida, um percurso de altos, baixos e muito baixos que inclui Stella no seu caminho. Claro que a presença de Stella é, em vários momentos, algo de essencial, porque as conversas que esta tem com o seu humano funcionam, muitas vezes, como a voz da sua consciência, e também pelo momento de grande intensidade emotiva e ponto de viragem que esta protagoniza. Ainda assim, é em Paul que a história se centra e Stella é apenas um - ainda que um dos melhores - elementos que a constituem.
Algo de particularmente marcante é a forma como o autor reflecte as emoções do protagonista. O tom geral é, inevitavelmente, sombrio, já que o caminho de Paul é difícil e marcado pela tristeza. Ainda assim, há algo na forma como as dificuldades e as reacções (ou falta de) são apresentadas, com as medidas certas de humor, emoção e reflexão, que cria um nível de empatia e, ao mesmo tempo, transmite algo de familiaridade. Afinal, numa ou noutra fase, todos passamos por momentos mais difíceis.
Ainda de referir o lado introspectivo da narrativa. Escrito na terceira pessoa, é ainda assim algo de bastante pessoal. É fácil reconhecer aquela impressão de sermos algo diferente do que os outros vêem, quer porque não ousamos mostrar o que somos, quer porque nós próprios não vemos aquilo em que nos transformamos. E é, em grande parte, esta reflexão que dá força à narrativa. Da relação familiar de Paul, das dificuldades amorosas, da incapacidade de reagir perante a perda... há sempre algo de próximo, algo de conhecido que poderia ter acontecido a qualquer um.
Envolvente, com momentos de grande ternura, mas também com algumas situações divertidas, uma história onde os afectos e as relações (em todas as suas múltiplas formas) servem de base ao traçado de um percurso que, ainda que com uma dose saudável de exagero, poderia ser próximo ao de qualquer um. Muito bom.»
As Leituras do Corvo

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Imprensa: «A Evolução de Calpurnia Tate»


«Desejo e método

A autora Jacqueline Kelly dá vida à jovem Callie e à sua família, capturando um ano verdadeiramente invulgar com uma sensibilidade e sabedoria únicas. Trata-se de um conto, bem escrito e estruturado de forma apelativa para ser lido por adolescentes e adultos. De realçar ainda as palavras de Darwin como preâmbulo de cada capítulo.»
TV Guia

Capa de «Promessa de Sangue» revelada

Já se pode ver aqui a capa do 4.º volume da série Academia de Vampiros!