quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Crítica
Site Estante de Livros


«Há muito que Assun­tos Domés­ti­cos estava na minha wish­list, mas só agora pude lê-​lo e, con­fesso, fiquei arre­ba­tada. Bem sei que o ano ainda agora come­çou, mas este livro fará, sem dúvida, parte do meu top 10 de 2010. Assun­tos Domés­ti­cos cor­res­ponde a todas e quais­quer expec­ta­ti­vas que se pos­sam criar. O meu medo é não con­se­guir transmitir-​vos quão bom (e bonito) é.
A trama da obra está divi­dida em duas gran­des his­tó­rias, sepa­ra­das tem­po­ral­mente, mas que se com­ple­men­tam. A nar­ra­tiva começa em 1982, em Gre­e­nha­ven, Geór­gia, fase em que a autora lança as bases para a his­tó­ria cen­tral, que decorre na cidade de Nova Ior­que, nos dias de hoje. No cen­tro da acção encontram-​se os Meriwhether, a gover­nanta da famí­lia e a sua filha. Uma má deci­são da gover­nanta lança o caos na vida de cada um dos per­so­na­gens e des­troça a ami­zade que unia as cri­an­ças Lila e Vaugh Meriwhether e Abigail.
Este livro é um ver­da­deiro exem­plo de que, como o povo diz, “a vin­gança se serve fria”, mas nem sem­pre é sabo­rosa. Depois de vários anos de afas­ta­mento, e perante alguns reve­zes sócio-​familiares, os cami­nhos de Lila e Abi­gail vol­tam a cruzar-​se. O reen­con­tro é uma impor­tante peça na acção, mas são as deci­sões (e moti­vos) do pas­sado que, pela pena de Eileen Goudge, nos man­têm inte­res­sa­dos e apai­xo­nam. A cada página, o lei­tor é con­fron­tado com uma amál­gama de sen­ti­men­tos desde medo, dor, ran­cor, pena a amor, ami­zade, força e espe­rança. Acresce a tudo isto, alguns acon­te­ci­men­tos sur­pre­en­den­tes e ines­pe­ra­dos. Nada é o que parece ser, e a lei­tura torna-​se viciante…
A obra de Eileen Goudge é para con­ti­nuar a seguir, sem dúvida. A autora demons­tra um dom para a escrita, não só pela forma rea­lista e viva como des­creve, mas tam­bém pelo cui­dado e des­te­mor que revela ao explo­rar as per­so­na­gens, em todos os sen­ti­dos. Mar­cada por um con­junto de estó­rias para­le­las, que nos levam a via­jar entre o pas­sado e o pre­sente, entre os Esta­dos Uni­dos e o México, a trama man­tém, sem­pre, um fio con­du­tor que nos leva à acção cen­tral. O ritmo enér­gico da escrita da autora acaba por con­ta­giar o lei­tor, levando-​o a ler a obra de um fôlego. Pes­so­al­mente, senti-​me várias vezes ten­tada a esprei­tar as pági­nas seguin­tes, tal era a curi­o­si­dade em saber como cada situ­a­ção era resolvida/​enfrentada. Sim­ples­mente ado­rei! – Cris­tina
9/​10 — Exce­lente»

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