quinta-feira, 8 de abril de 2010

Imprensa:

«Jornalista de profissão, o israelita Ron Leshem (n. 1976) recebeu por este seu primeiro romance o Prémio Sapir, tido como o maior galardão literário de Israel. O livro conta-nos a história de um grupo de soldados em guerra, saídos da adolescência, antes da invasão do Líbano no último ano do século passado. Para ter uma ideia do tema, o autor entrevistou longamente vários militares que viveram esses episódios na fronteira norte, quando um dos pontos de defesa era a fortaleza Beaufort, uma antiga construção templária em terras do «país dos cedros». A vida do destacamento é descrita com as cores fortes do vernáculo militar, mas a narrativa vai além do pitoresco televisivo para entrar a fundo na demência guerreira que os transforma de rapazelhos com acne em seres perdidos e alucinados, sujeitos a contínuas descargas das supra-renais. A morte é o horizonte da vida, e eles convivem mal com a sensação de mortalidade do corpo. Que dizer daquele que levanta o corpo decapitado do amigo? Como enfrentar as horas vazias antes da luta? Como reagir debaixo de fogo? Para que serve uma guerra inútil, sem fim ou propósito? Perguntas a que esta narrativa crua tenta responder sem subterfúgios.»
Revista Ler, Abril de 2010

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