terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Imprensa: «Frankenstein - O Filho Pródigo»

«O "Frankenstein" de Mary Shelley é um dos textos seminais dos géneros do Horror e da Ficação Científica, com os seus críticos a debater acesamente a qual dos dois pertence. Dean Koontz assinou também algumas obra de relevo em ambos os campos, com especial destaque para "Demon Seed" que, em 1973, transplantava já o tema frankensteiniano para um cenário tecnológico. É por isso o autor indicado para escrever esta espécie de sequela do texto original, na qual prefigura um Victor Frankenstein e a sua criação (aqui chamada Deucalião) que mantêm o seu feudo há mais de duzentos anos e que iniciam aquele que será o seu derradeiro confronto na Nova Orleães de 2005. Tal confronto, mediado por Carson O'Connor e Michael Maddison, dois detectives que investigam uma série de crimes macabros que deixaram a Big Easy salpicada de cadáveres mutilados, tem como objectivo não só a perpetuação pessoal de ambos os oponentes, mas o próprio futuro da humanidade. A construção narrativa trai a sua origem como guião televisivo, mas Koontz sabe servir-se do seu estilo pragmáticop, marcado por diálogos incisivos e cativantes, para suscitar questões tão actuais hoje como quando Victor se serviu pela primeira vez da electricidade para animar um cadáver: questões relativas à ciência, ao seu avanço, ao humano e aos seus limites.»
João Seixas, Os Meus Livros, Fevereiro 2011

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