«A cidade de Nova Iorque volta a viver um verdadeiro pesadelo. Edifícios aleatórios estão a ser demolidos através de estranhas explosões, o que coloca em risco qualquer pessoa em qualquer lugar. Vivien Light, uma jovem e destemida detetive com uma história familiar repleta de sofrimento, é encarregada de descobrir a identidade do serial killer e assassino de massas. Sem esperar, Vivien vê-se obrigada a partilhar a investigação com Russel Wade, um jovem repórter fotográfico que foi obrigado a devolver um prémio Pulitzer e que acredita ver a sua salvação na resolução deste mistério.
Depois de a Contraponto ter apresentado o autor aos leitores portugueses com Eu Mato (ler crítica), a editora volta a apostar em Faletti, com um novo e surpreendente policial.
Com uma trama bem conseguida, o leitor só vai querer largar o livro quando tudo estiver desvendado. É que se no início o autor dá indicações da identidade do vilão da narrativa, a verdade é que tal revela ser um belo truque que distrai atenções. Faletti leva a acreditar que deu todas as pistas necessárias para a descoberta da verdade por escondidas pelos crimes, mas, nas últimas páginas, o jogo é virado ao contrário e surpreende.
Mas se Eu Sou Deus possui acontecimentos deliciosos, tais acabam por perder alguma da sua força devido às personagens. Vivien Light e Russel Wade são interessantes, mas apenas enquanto analisados separadamente. Vivien é a imagem da mulher que sentiu necessidade de construir uma carreira sólida para ser valorizada, enquanto Russel é o homem inconformado por não conseguir preencher um vazio que a vida lhe deixou. Ambos têm histórias impressionantes, mas a relação que construem não convence. O leitor percebe que não era necessário existirem desenvolvimentos tão rápidos nesta relação.Mas a verdade é que o ponto fulcral é a ação e esta vai com certeza agradar. A escrita é fácil de acompanhar e bastante simples, o que leva o leitor a perceber tudo o que lhe é transmitido, mesmo conceitos mais técnicos.
Destaco ainda o facto de o autor demonstrar preocupação em explicar o que leva as suas personagens a cometerem atos tão cruéis. A história fica, sem dúvida mais rica, e poderá gerar sentimentos de compaixão por quem pratica a crueldade para com o outro.
Giorgio Faletti, que esteve recentemente em Portugal para lançar esta mesma obra no Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, volta a provar que é um homem de muitos talentos, e de que a escrita é, sem dúvida, um deles.
Cláudia Sérgio, do blogue Bela Lugosi Is Dead
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